quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A LIGA CAMPISTA E SUA HISTÓRIA



Foi convocada pelo então presidente do Internacional F.C., o Sr. Tácito Eliot Tavares, uma reunião entre dirigentes, jornalistas e admiradores do futebol para criar a Liga em Campos, a data escolhida foi 13 de setembro de 1913 e se fizeram representar na assembléia, Goytacaz, Aliança, Rio Branco, Internacional, XV de Novembro, Lacerda Sobrinho, Luso Brasileiro e Campos Atlético.
Após as discussões dos assuntos em pauta, foram escolhidos os Srs. Múcio da Paixão, Aldo Muylaert e Alcides Caneca para a comissão que estudaria o estatuto da entidade que estava sendo fundada.
Foi escolhido Múcio da Paixão como o primeiro presidente, mas este renunciou ao seu mandato quase no fim do ano de 1914, devido principalmente ao desgaste que teve com alguns jogadores de prestígio na cidade e que depois desse episódio originaria um dos grandes clubes de Campos e do Estado, o Americano Futebol Clube. Na Liga assumiria o então vice-presidente e jornalista Júlio Nogueira, que também ficaria marcado na história como o primeiro profissional da imprensa a dirigir uma equipe de futebol.
No decorrer dos anos houve muitas brigas, mudanças e diversas cisões, o que fez com que aparecessem entidades paralelas nas organizações dos eventos esportivos na cidade, como a Associação Campista de Esportes Terrestres (ACET), Associação Campista de Esportes Atléticos (ACEA, que contava com Goytacaz, Atlético, Fla-Flu e Itatiaia), que depois se uniriam novamente a LCF (composta por Americano, Campos, Luso Brasileiro e Leopoldina) e formaria a Liga Campista de Desportos (LCD), que durante anos promoveu o campeonato campista de futebol profissional e se fez representar com a seleção campista em outras competições.
O maior orgulho da Liga é que além de possuir sede própria, é junto com a de Niterói as únicas do Estado a ter campeonatos de profissionais. Atualmente somente a LCD mantém suas atividades, promovendo inúmeros campeonatos e torneios de futebol amador.
A LCD também promoveu a Taça Cidade de Campos, realizada a partir de 1969 para suprir um intervalo de datas após o fim de cada temporada do campeonato principal e era disputada pelos primeiros colocados do campeonato campista do ano anterior, não tendo um número fixo de times na disputa, variando de ano a ano e teve como primeiro campeão o Americano, seguido de Goytacaz em 1970, novamente o Americano nos dois anos seguintes, Rio Branco em 73, Cambaíba em 74, Sapucaia em 75 e Goytacaz em 76 e Rio Branco em 77, último ano em que os principais clubes campistas disputaram esta competição, já que se envolveriam em competições promovidas pela federação do recém-criado Estado do Rio de Janeiro, mas continuaria sendo disputada por times amadores.
O campeonato campista começou a ser disputado em 1914 e teve o Goytacaz como o primeiro campeão e teve a sua última edição em 1977, quando, por falta de datas, Americano e Goytacaz dividiram o título, foi no ano seguinte que deixaria de ser disputado, devido à fusão dos estados do Rio e da Guanabara.
Foram presidentes da Liga os senhores: Múcio da Paixão, Julio Nogueira, João Muylaert, Antônio Faria, Domingos Guimarães, Edmundo Chagas (1922/23), Ari Leôncio da Silva, Constantino Escocard (1925/26), Nelson Martins, Antônio Pereira Amares, Mário Veloso de Carvalho, Ilídio Rocha, Evandro Monteiro, José Alves Dias, Mário Pinheiro Mota, Osvaldo Cunha, João Pires Damasceno, Raul Abot Escocard (1954), Sílvio Araújo, Bento Faria da Paz, Edmundo Vaz de Araújo , Dr. Gentil Gomes, Jaime M. Faria, Amílcar Monteiro, Salim Nagem, Roberto D’Afonseca, Amílcar Monteiro, Danilo Knifis , Josélio Rocha, Geraldo Silva, Rubens da Mota Vilar e Edson Anomal Pereira, sendo presidente por vários mandatos, inclusive o atual.

CLUBES DO FUTEBOL CAMPISTA



Infelizmente, os nossos antepassados não se preocuparam em deixar registrado para a posteridade os acontecimentos de sua época, brindando com essas informações as novas gerações. Por esse motivo, temos vários clubes praticamente sem vestígios de sua existência e possivelmente tenham existido alguns que nem o seu nome conste aqui.
Durante o trabalho de pesquisa encontramos pelo menos nomes de clubes, alguns com o ano de fundação e em poucos casos, peculiaridades sobre eles, desses atores que foram os desbravadores do futebol campista.
Aqui estão relacionados todos os clubes que, pelo menos uma vez, jogaram no campeonato campista organizado pela Liga, ou por entidade correspondente: Internacional , Aliança Foot Ball Club , Americano, Goytacaz, Campos Atlético Associação, América , Rio Branco, Fla-Flu, Paladino, XV de Novembro , Luso Brasileiro, Aliança do Queimado, Atlético, Itatiaia, Sapucaia, Cambaíba, São José, São João, Paraíso de Tocos, Leopoldina , Industrial, Municipal, Futurista Futebol Clube, Vesúvio e Lacerda Sobrinho .
Podemos deixar aqui registrada a existência de alguns times que não chegaram à era do profissionalismo, tendo a maior parte deles encerrado as suas atividades antes, outros optando por permanecerem no amadorismo. Outro fato pitoresco do futebol local foi marcado pela existência de times avulsos, isto é, aqueles que não disputavam o campeonato campista propriamente dito, participavam somente de jogos amistosos e torneios regionais. São os casos de alguns desses times: Democrata, São Cristóvão , Fluminense, Sírio e Libanês , Atlético Campista F.C. , Brazil F.C. , Elite, Palmeiras , Apolo, Corintiano , Madureira, Comercial , Clube Atlético Campista , Atlético Futebol Clube , York Foot Ball Club , Baroneza Football Club , Barão F. C. .
Também foram encontrados registros dos times, que em sua maioria formados por trabalhadores de usinas e moradores dos distritos, mas que não chegaram a disputar o campeonato oficial, participando somente de torneios amadores. Muitos são da primeira fase do futebol, que vai da sua origem até o profissionalismo, em 1952. Outros são da era profissional, mas se mantiveram no amadorismo e quase todos já não existem mais, ou existem como times amadores. São eles: Pinheiro Machado (Santo Amaro), União e Aliança (Queimado), Ypiranga (Morro do Coco), Atlético (Goytacazes), Santo Antônio (Beco), Martins Laje (Martins Laje), Rio Preto (Morangaba), Palmeiras e Liberal (Cambaíba), Tamandaré (Santa Maria), Santa Cruz (Santa Cruz), Nacional (Saturnino Braga), Comercial (Conselheiro Josino), Ururaí e União de Ururaí (Ururaí), Cruzeiro (Poço Gordo), Estrela (Ponta da Cruz), Santo Eduardo , Esporte Clube Italva (do então distrito de Italva, que se emancipou de Campos em 1986) e Cardoso Moreira Futebol Clube (o distrito também obteve a sua emancipação político administrativa em 1989) .
Abaixo segue o histórico dos principais clubes que existiram na cidade de Campos dos Goytacazes. Infelizmente não foi possível conseguir relacionar todos, devido a não conservação documental do ocorrido no passado. Segue uma pequena passagem da gloriosa história dos clubes.

G.R.S.E. VESÚVIO - O QUARTEL VAI A CAMPO


Formado dentro do quartel do Corpo de Bombeiros em 02 de dezembro de 1974, o Grêmio Recreativo Social e Esportivo Vesúvio foi fruto do sonho do Major Eduardo Ribeiro Filho e teve como Presidente de honra o Coronel da PM Yêdo Bittencourt da Silva, suas cores eram a mesma da corporação, o vermelho e o branco.
O jornal “A Notícia” de 31 de dezembro de 1974 (p. 8) registrou a posse da diretoria do clube, que teve o comando do Major Eduardo e a vice-presidência a cargo do médico Édson Coelho dos Santos, ex- presidente do Americano e do Municipal. No mesmo jornal, o Major declarou: “O Vesúvio chegou para revolucionar o futebol campista”
Diferentemente dos times do Tiradentes (CE, DF, PI, PA e Niterói), que se originaram na Polícia Militar e mais recentemente do Dom Pedro II do Distrito Federal, este oriundo também do Corpo de Bombeiros, o Vesúvio abrigaria desde o início militares e civis.
O primeiro jogo foi realizado na noite do dia 24 de janeiro de 1975 na cidade vizinha de São João da Barra, na abertura do Torneio de Verão, onde venceu por 1 x 0 o time do Americano.
Neste Torneio, o Vesúvio ficou com o vice-campeonato, perdendo a final para o time do Cambaíba, que levou o Troféu Coronel Evaristo Antônio Brandão Siqueira, então comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Quando o Major Ribeiro foi transferido para o Rio de Janeiro, houve uma reunião em 12 de dezembro de 1975 e nesta ninguém se prontificou em assumir o comando do clube, que assim encerrou as suas atividades.

PARAISO F.C. - TOCOS TAMBÉM TEM HISTÓRIA


Dos clubes oriundos de usinas, o Paraíso é considerado o mais antigo, apesar de que o São João ter sido fundado 23 dias antes, mas não disputava campeonatos oficiais.
O Paraíso Futebol Clube foi fundado em 17 de julho de 1917 por Domingos Monteiro, Amaro Monteiro, Helvécio Peixoto, Ezequiel Manhães, José Manhães da Silva, Manoel Monteiro e Miguel Rinaldi (este escolhido para ser o primeiro presidente do clube), funcionários da usina Paraíso, no distrito de Tocos, distante 21 km do centro de Campos.
O Paraíso jogou até o ano de 1951, torneios de menor importância, promovidos pela Liga Campista de Desportos, passando somente neste ano a participar do campeonato campista.
Seu estádio, erguido em propriedades pertencentes à Usina Paraíso se chamava Roberto Codray, mas teve o seu nome alterado mais tarde para Benedito Silveira Coutinho, um dos sócios da empresa e que junto com o Sr. Osvaldo Gomes foram incansáveis na luta em prol do clube.
Com medidas oficiais, o Estádio possui três vestiários azulejados, com acesso subterrâneo ao campo, cabines de rádio, dormitório para jogadores e uma pequena tribuna de honra, onde a cúpula da usina assistia aos grandes jogos, recebendo ali seus convidados. A inauguração deu-se em 17 de agosto de 1958 em um jogo visto por mais de mil pessoas (a maioria parentes de jogadores e funcionários da usina), entre a equipe do Paraíso e o Goytacaz, valendo pelo campeonato campista daquele ano, e o time da casa venceu pelo placar de 1 x 0, tendo acontecido após a partida uma grande festa da “família toquense”, que alegrou desde a casa grande da usina até a residência mais humilde.
Pelo Paraíso passaram craques do quilate de Manoel Monteiro, Edir, Lulu, Carioca, Helvécio, Osmário Soares, Niniu, Baú, Nilo, Diniz, Cidoreco, Devaldo, entre outros.
Apesar de não ter conquistado nenhum título de expressão, somente o torneio Otávio Pinto Guimarães, em 14 de novembro de 1975, quando participou junto com Cambaíba, Rio Branco e Goytacaz, e ter ficado por duas vezes com o vice-campeonato campista (1958 e 1976), o clube de Tocos sempre contou com fortes equipes.
Deixaram marcados os seus nomes na história do Paraíso os presidentes Miguel Rinaldi, Demerval Pacheco, Manoel Porfírio Soares, Amadeu Correa, José Manhães, Anacleto de Souza Ferreira, Liberato Nunes, Jorge Rodrigues do Nascimento, Amaro Balthazar Filho e Amaro Martins de Oliveira.
Existe ainda, nos dias de hoje, apenas como clube amador, mas filiado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e tem planos de voltar a disputar o campeonato de profissionais. Recebe irrestrito apoio da Usina Paraíso, que permanece nas mãos da família Coutinho, sendo dirigida por Geraldo S. Coutinho, filho de Benedito, cujo nome batiza o estádio e por seu filho André H. Coutinho, que é o presidente atual do clube.

E.C. SAPUCAIA - TAÍ O GRANDE CAMPEÃO


O clube surgiu depois que o Progresso Futebol Clube e o Brasil, ambos os times de trabalhadores da usina Sapucaia, se juntaram para formar um só clube, que representaria a localidade que se distância 15 km do centro de Campos, nos campeonatos que existiam na cidade.
A reunião de fundação do novo clube ocorreu no pátio da própria usina e dela participaram John Julius, Max Polley, José Pedruca, Antônio Miguel Andrade, Didi Pinheiro Machado, Wilson Isaltino, Leandro Barbosa, Touquinha e Adauto Pacheco.
O primeiro jogo foi contra o Paraíso e terminou com empate em 1 x 1.
A diretoria procurou o industrial Francisco Jacob Gayoso y Almendra, o Dr. “Chico”, como era chamado por muitos dentro da usina, para pedir colaboração para o novo clube, que de imediato seria prontificado, mas com uma exigência:
“Que as cores do time fossem vermelha e preta, como as do Flamengo”, sendo assim, o antigo uniforme verde, vermelho e branco foram logo abandonados.
O Sapucaia chegou a ser o clube campista que mais gastou com o futebol, contratando reforços que transformou o clube no que o jornalista Péris Ribeiro chamou, um dia, de “Academia de Futebol”.
Apesar de ter sido fundado em 18 de dezembro de1938, somente a partir de 1961 é que se filiou à Liga, para então começar a disputar campeonatos oficiais, vencendo o campeonato de acesso em 1969, ainda tricolor.
O Sapucaia viveu a sua fase áurea na década de 70, quando o clube passou a disputar o campeonato campista contra as melhores equipes da cidade e nesse mesmo período aconteceu o apogeu do time, na conquista do campeonato do Estado do Rio, em cima do Americano, no campo do Goytacaz, com a arbitragem de Arnaldo César Coelho, atualmente comentarista da rede Globo de televisão.
O Jornal A Notícia do dia seguinte, dia 13 de maio de 1974, em página inteira na seção de esportes estampava a manchete “Taí o campeão, o Sapucaia foi um verdadeiro barato”. A equipe venceu o Americano na partida final por 4 x 2, era composta por Roque, Danilo Pastor, Paulo Lumumba, Roberto Madeira e Albérico, Osvaldo, Amaritinho, Betinho e Gonzaga, Walmir e Alcir.
Também participaram da campanha vitoriosa do rubro negro naquele ano: Tuiú, Joaquim, Joélio, Folha, Pedro, Edmilson, René, Toninho e Vicente.
O declínio do clube ocorreu com a saída do Dr. Chico e do Dr. Alaor Lamartine de Castro para colaborar com o Americano, que disputaria o campeonato nacional de 75. Hoje apenas “peladas” acontecem no campo, onde um dia desfilaram os maiores jogadores do futebol campista.

E.C. SÃO JOSÉ - O PRIMEIRO CAMPEÃO PROFISSIONAL


O Esporte Clube São José foi, juntamente com o Sapucaia, o time de usina com mais destaque no cenário futebolístico de Campos, fundado por trabalhadores da Usina São José, do Distrito de Goytacazes, que se localiza à 11 km do centro da cidade, em 28 de janeiro de 1938.
A sua primeira diretoria foi composta por Álvaro Barcelos Coutinho (presidente), Adahyl Bastos Tavares (vice-presidente), Antônio Ribeiro do Rosário, Cleveland Cardoso (1º secretário), José Antônio de Carvalho (2º secretário), Francisco Azevedo (1º tesoureiro), Thieres Gomes de Azevedo (2º tesoureiro), Aluísio Maciel (diretor de esportes), Antônio Pereira Nunes (orador).
O time jogou como equipe avulsa, isto é, time não filiado à liga e que participava apenas de torneios locais até 1944, quando fez sua inscrição na LCD, iniciando aí suas atividades nos campeonatos oficiais organizados pela entidade.
Contando com grande apoio do Sr. Gonçalo Vasconcelos, um dos sócios da usina na época, que cedeu um amplo terreno para a construção da sede social, do campo e de demais dependências, como quadras de tênis, vôlei, basquete e piscina. Além das atividades esportivas, o clube se destacava na área social com a realização de animadas festas e grandes bailes. Diante de toda esta excelente estrutura o clube ganhou o apelido de Colosso ou Milionários de Goytacazes.
O campo foi batizado de Estádio da Vitória e sua inauguração se deu no dia 8 de maio de 1945, coincidente com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Período difícil aquele superado pelo clube que, aliás, adotou essa data como a oficial da fundação do clube.
O campeonato perdido para o Rio Branco em 1948 mexeu com o emocional de todos, já que o time da baixada contava com a melhor equipe daquela época e por isso afetou o rendimento do São José nos campeonatos seguintes, pois visivelmente não rendeu o que todos sabiam que o time poderia render.
Em 1952, no primeiro campeonato campista oficialmente profissional, o time mais maduro e com alguns reforços foi para a decisão contra o mesmo Rio Branco, algoz de 48, o jogo foi realizado no campo do rival na Avenida Sete e encarado como uma verdadeira revanche, mas dessa vez o título foi para o clube da baixada, com uma vitória de 4 x 2, o que extasiou jogadores dirigentes e torcedores do São José, que com o título inédito enfim consolidado promoveu grandes festejos, começando por um desfile de carros de boi no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, fato nunca antes visto no centro da cidade.
A equipe que levantou o título de 52 era formada por Waltinho, Custódio e Altivino. Hugo, Ilmo e Geraldo. Basílio, Orlando, Heraldo II, Amaro Barbosa e Soares.
Passaram pela presidência do clube nomes como o de Álvaro Barbosa Coutinho, Itamar Almirante Dias, Saturnino Monteiro Filho, Cid Pinto de Andrade, Ary Bráulio Machado, José Gonçalves e Silva, Heraldo Monteiro da Mota, João Antônio Pessanha, Norberto Siqueira Barreto.
Pelo São José se apresentaram inúmeros craques, com destaque para Tom Mix, Bóia, Chico, Odílio, Índio, Hugo Soares, Santana, Ailton, Aires, César entre muitos outros.
Depois de algum tempo desativada a usina São José retomou parte de suas atividades como uma cooperativa, financiada pelo FUNDECAM (Fundo de Desenvolvimento de Campos) e o time ainda existe e é uma das forças do futebol amador da cidade, mas não tem mais qualquer vínculo com a usina, que inclusive não permite mais os jogos do clube em seu antigo campo, que é propriedade da usina.

E.C. SÃO JOÃO - O VOVÔ DEIXOU SAUDADES


Fundado em 24 de junho de 1917 por José Norival, Cláudio de Souza e Arnaldo Pereira dos Santos, todos funcionários da Usina São João, afastada 5km do centro de Campos, teve de imediato o apoio da cúpula da empresa, que além da doação do terreno, arcou com as despesas para a construção do campo para o clube.
Apesar de existir por tantos anos, somente em 1958 se filiou à Liga Campista de Desportos, quando passou então a disputar os campeonatos por essa entidade promovidos. Por esse motivo é que o Paraíso de Tocos, que é na verdade 23 dias mais novo do que o São João, é considerado o clube de usina mais antigo de Campos, pois começou primeiro suas atividades competitivas oficiais.
Seus principais presidentes foram: Cláudio de Souza (um dos fundadores e primeiro presidente do clube), Chistóvão Lysandro e Ademar Cruz.
O São João foi campeão do campeonato de aspirantes promovido pela LCD em 1960. Assim como a Usina, que está desativada há muito tempo, o Esporte Clube São João não mais existe.

C.E. RIO BRANCO - O ROSÃO DA RUA 7, AGORA É DE GUARUS



Fundado em 05 de novembro de 1912, com o nome de Rio Branco Futebol Clube, na Praça da República, onde se localizava a residência do jornalista Cruz Saldanha, perto do colégio XV de novembro por Celso Cardoso Linhares, Custódio Barroso dos Santos, Fausto Apady da Cruz Saldanha, Manoel Landim, Brasil Castilho Leão, José Landim e Gladstone Melo.
Os fundadores tinham a faixa etária de 13 a 15 anos, o que levou Yayá Linhares, irmã de Celso, a sugerir que a cor do clube fosse rosa, devido à coloração das bochechas dos meninos. A sugestão foi aceita de imediato e as cores oficiais escolhidas foram o rosa e o preto, esta devido ao luto pela morte recente (fevereiro de 1912) do estadista brasileiro José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco, responsável pela consolidação dos limites territoriais do Brasil e que era o homenageado pelos garotos no nome do novo clube.
O primeiro jogo foi contra o Democrata, em 24 de janeiro de 1913, e o time róseo negro saiu vitorioso com o placar final de 2 x 0, quando fez estréia do uniforme doado pelo advogado Pedro Landim.
O grande orgulho dos desportistas e torcedores rio-branquenses foram as constantes lutas para ter a sua praça de esportes.
A primeira sede foi na Rua Sacramento nº. 91 e o campo na rua Dr. Siqueira, passando logo em seguida para a Rua das Minhocas, hoje Espírito Santo.
Após a extinção do Itatiaia, clube oriundo do próprio Rio Branco, este ficou com a sua praça esportiva, localizada na Rua do Gasômetro, ou Rua do Gás, atual dos Goytacazes, se transferindo, depois, para a avenida Sete de Setembro número 140, onde se localizou o Estádio Constantino Escocard.
Em sua nova sede o Clube Esportivo Rio Branco conquistou seus maiores títulos, tanto no futebol, como no vôlei e basquete. Esse terreno foi comprado ao senhor Meneses dos Santos, na gestão do presidente Mario Veloso por trinta contos de reis, dinheiro doado por torcedores, dirigentes e até mesmo atletas, estes venderam inclusive as medalhas de ouro, ganhas pela conquista do Campeonato Campista de 1928, para ajudar o clube na aquisição do terreno. O senhor Santos não pode jamais ser esquecido na historia do Rio Branco, pois este nunca apertou o clube na cobrança dos alugueis atrasados e, mais tarde, seu filho Chaquib se tornaria goleiro do time e mais tarde o seu presidente.
Em 6 de janeiro de 1978, na gestão do presidente Clóvis Expedito Arenari, a sede da Avenida Sete foi vendida para se construir um condomínio residencial e, com o dinheiro apurado, deu para comprar um terreno com metragem seis vezes maior, no bairro do Calabouço, em Guarus. Em 14 de outubro de 1984, uma parte do terreno foi cedida ao Governo do Estado, na gestão do então Governador Leonel de Moura Brizola, para a construção de um Centro Integrado de Educação Pública, o CIEP, que leva o nome do clube e do bairro novo, que surgia nas imediações, o Parque Barão do Rio Branco.
A mascote do time foi adotada na década de 70 e foi escolhida a Pantera Cor de Rosa.
O clube tem uma curiosidade que é de seu seio que saiu a miss campos de 1959, a Srta. Edith Arenari, filha do então presidente Clóvis. Foi a única vez que a miss Campos seria oriunda de um clube de futebol.
O Rio Branco foi a primeira equipe de Campos a disputar uma competição nacional, a Taça Brasil de 1961, sendo eliminado somente na fase de quartas de final, pelo Cruzeiro de Belo Horizonte. Após o empate sem gols em Campos, veio a derrota para os mineiros no estádio Independência por 1 x 0 e a eliminação da competição.
Detentor de um recorde até hoje não batido, o Rio Branco ficou 53 partidas invictas em 1977.
O Rio Branco fez história também com suas equipes de vôlei, futebol de salão, futebol feminino e basquete. No futebol, foi vencedor 8 títulos campistas (sendo os títulos de 1962 e 1963, considerados como títulos estaduais, junto com o Fonseca de Niterói, já que a Federação Fluminense estava com seu departamento de futebol profissional desativado), duas Taças Cidade de Campos, troféu Julião Nogueira e, ainda, conquistou por duas vezes o Campeonato Carioca da terceira divisão, em 1984 e em 2001.
Esta última conquista foi no ano em que retornou às disputas, pois, devido a grande crise financeira, o clube se licenciou da federação Estadual de Futebol (FERJ) em 1987, deixando por 14 longos anos sua torcida órfã.
O Rio Branco conquistou no ano de 2003, o título brasileiro de juniores, mostrando que o róseo negro vem com tudo para o resgate de sua brilhante história.
O grande jogador Didi, titular absoluto por mais de dez anos da Seleção Brasileira, bi-campeão do mundo, saiu do Clube Esportivo Rio Branco e teve uma brilhante carreira em vários clubes do futebol mundial, como jogador e como técnico.
Outros grandes jogadores marcaram época no Rio Branco, nomes como os de: Grain, José Germano, Floriano Quitete, Hélvio Bacelar, Abraão, Carino Quitete, Alcimaro, Mario Ramos, Mário Jobel, Genaro Cardoso, Nodge, Gazeta, Aires, Ari Sá, Lili, Piré, Décio, Eleacir, Dodô Ferreira, Joel, Tutuca, Paulo Sardinha.
O Rio Branco possuía um hino cantado por todos e composto por Hélvio Santafé, na década de 40, quando o mesmo ainda era atleta do infantil do clube. Mas mesmo assim o então presidente Clóvis Expedito Arenari resolveu contratar um músico para fazer outro hino para o clube, que assim ficou com os dois.
O primeiro é o encomendado pelo presidente Arenari: Sou Rio Branco / Um clube que tem glória e tradição / A camisa róseo negra / brilhando no gramado é uma grande emoção / Foi em 1912 que ocorreu a sua fundação / Rio Branco, Rio Branco, Rio Branco, está no coração/ Tem o seu nome na história / de Campos foi o primeiro / Que teve a honra de participar / do campeonato brasileiro/ com sua torcida fiel e de garra / Que torce com grande fervor / O Rio Branco sempre mostra nos esportes / sua garra, seu talento e seu fervor.
Esse agora é o mais cantado e foi composto por Hélvio Santafé: Rosa, Rosa, Rosa, Negro, negro, negro/ Essas são as cores de nosso pavilhão/ Tudo pelo clube/ Rio Branco tu é o Campeão/ O Rio Branco sempre na vanguarda/ seus jogadores são todos camaradas/ adversário fica jururu/ e a nossa torcida sempre pede/ mais um, um, um.
Carino de Barros Quitete, Clóvis Expedito Arenari, Pedro Togneri, Dr. Paulo Sérgio dos Santos Machado, foram alguns de seus presidentes, sendo o atual o Edson Moreira Reis.
O Rio Branco mantém um sério trabalho nas categorias de base, um belo terreno, projeto para a construção de seu estádio, uma sólida parceria com a Prefeitura de Campos e está cravado em uma área populosa e carente e tem o clube a missão esportiva e social de formar jogadores, torcedores e principalmente homens de bem.

E.C. MUNICIPAL - O MERCADENSE FOI BOM DE BOLA


O Mercado Municipal de Campos foi inaugurado em fevereiro de 1880 com a presença de diversos vereadores entre outras autoridades. É um local democrático onde se discute todos os assuntos da cidade: política, religião, e como não podia deixar de ser futebol, foi nesse ambiente que surgiu o Esporte Clube Municipal.
O clube foi fundado em torno de um cepo de açougue do mercado de propriedade de Antônio Pereira, junto com Pedro Gomes Rangel, Waldemiro Pacheco e Álvaro Silva, em 3 de outubro de 1931, o nome do clube, inicialmente, seria Mercadense Futebol Clube, mas os fundadores optaram por Municipal e as suas cores são o vermelho, azul e branco.
Até o ano de 1949, só disputava campeonatos regionais e pequenos torneios, quando o presidente Rodoval Bastos Tavares conseguiu colocar o clube no disputado campeonato campista, junto com os grandes times da cidade, através do ex-jogador, jornalista e vereador Ary Bueno, que também conseguiu um terreno para a construção do estádio.
Em 1962, o Municipal enfrentou e venceu a equipe carioca do Fluminense Foot Ball Club, foi composta por: Carlinhos, Waldir e Bené; Renan, Robertinho e Mizinho, Gessy, Odair, Expedito e Sena. Também atuaram pelo Municipal com destaque, Vadinho, Gaguinho, Amaro Santos, Alcidônio, Zenilton e Chico Velocidade.
Os presidentes foram João Aguiar Branco (João Vovô), Antônio Rodrigues, Rodoval Bastos Tavares, Ilídio Rocha, Francisco Azevedo, Antoninho Manhães, Silvio Salve, Diogo Escocard, Breno Campos e Dr. Edson Coelho dos Santos (1962).
O Municipal foi vice-campeão em 1950 e em 1962. Após uma série de partidas amistosas com equipes de renome nacional, em 1966, o Municipal encerrou as suas atividades no futebol profissional e até hoje permanece no cenário esportivo amador de Campos e desenvolve projetos de integração com a comunidade, através de escolinhas.

GOYTACAZ F.C. - O MAIS QUERIDO DA CIDADE


Famoso pela alcunha de “O Clube Mais Querido da Cidade”, o Goytacaz Futebol Clube foi fundado em 6 de agosto de 1912, após uma reunião na casa de João Ferreira de Araújo, mais conhecido como João Cunha, situada à Beira Rio de Guarus, perto da ponte municipal ou “ponte de pau”, conhecida hoje mais como ponte João Barcelos Martins ou “Ponte do Meio”.
Além do dono da casa estavam presente os senhores Otto Nogueira, Antônio Caramuru e Álvaro Nogueira. Foi definido que no dia 20 do mesmo mês haveria uma outra reunião, para a composição da diretoria, e foi essa data que, erroneamente, entrou para a história como a de fundação do clube, como o próprio Otto Nogueira declarou ao jornal “O Estado”, de Niterói, em 24 de agosto de 1936, “Que a verdadeira data de fundação era no dia 06 de agosto, dia de São Salvador, padroeiro da cidade de Campos”. ARÊAS (1962, pág. 5).
A primeira diretoria do Goytacaz foi formada assim: Luiz Carlos Cabral (presidente), Roberto Melo (vice-presidente), Otto Nogueira (1º tesoureiro), Jaime Rego (2º tesoureiro), Rudah Martins (1º secretário), Álvaro Nogueira (2º secretário), João Cunha (fiscal) e Manoel Patrão (procurador) e também ficou decidido, ainda, que a casa de Otto Nogueira, situada à Rua 21 de Abril, nº. 14, no centro da cidade ficaria provisoriamente como a sede do novo clube.
O primeiro campo do Goytacaz foi defronte à igreja de Santo Antônio, em Guarus e, por isso, o santo é considerado o padroeiro do time. Mais tarde o campo passou para a Praça da República, onde a Prefeitura Municipal cedeu um terreno, mas ali o clube não ficaria por muito tempo, pois logo se mudaria para perto do Liceu de Humanidades, no antigo campo do Luso Brasileiro, no mesmo terreno onde, mais tarde, seria construído o palacete de Finazinha de Queirós , transformado após a sua morte na Casa de Cultura Villa Maria.O clube, porém, mudaria novamente e, dessa vez, se estabeleceria em frente à linha férrea campista, no início da Rua do Gás, na Lapa. Foi nesse campo que o Goyta tornou-se, definitivamente, um dos maiores times da cidade, chegando a ter ali mesmo o primeiro campo com iluminação elétrica do interior do Estado, em 05 de junho de 1930, o que causou muita polêmica, já que a cidade vivia sérios problemas de abastecimento de energia.
Muitos consideraram um desaforo, pois não raras as vezes que a cidade inteira ficava às escuras, enfim o clube novamente se mudaria para a mesma Rua do Gás (hoje Rua dos Goytacazes), para a o terreno onde construiria o Estádio Ary de Oliveira e Souza em homenagem ao grande ex-presidente do clube, chamado carinhosamente de Aryzão pela imensa família alvi-anil.
O estádio foi inaugurado em 9 de janeiro de1938 com uma partida entre os donos da casa, que venceram por 2 x 1 o Internacional, tendo sido um de seus fundadores, Otto Nogueira, o autor do primeiro gol no estádio, cuja inauguração se deu na gestão do então presidente Augusto Alexandre de Faria.
Em SANTAFÉ (1997, p.60) conta a história da origem do nome do clube, que é uma homenagem às tribos que habitavam nossas planícies em outrora e as cores com um toque de romantismo, foi inspirada no romance “O Guarani” de José de Alencar, onde o índio Peri, que dizem na verdade ser da tribo Goytacaz se apaixona por Ceci, moça de olhos azuis celestes e pele branquíssima. Tal lenda é confirmada por vários presidentes do clube e alguns dos fundadores e que afirmaram ser verdadeira. Afinal, um clube como o Goytacaz merece ter as suas cores inspiradas em tão bela obra da literatura brasileira.
A primeira partida foi em 25 de Agosto de 1912 contra o Internacional e a equipe alvi-anil venceu por 2 x 1 e o time jogou com: Claudinier, Mário Manhães e Catete, Álvaro Nogueira, Estevam Almeida, e Adelino, Laranjeira, Linconl, Jorge Gomes, Didi e Otto Nogueira.
O Goytacaz foi o primeiro time do antigo Estado do Rio a jogar no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. Isso aconteceu em novembro de 1963, contra a equipe carioca do Madureira e a partida terminou empatada em 2 x 2.
Conquistou vinte campeonatos campistas, sendo o de 1955 de forma invicta, além de ter sido o primeiro tetracampeão (1940 / 41 / 42 / 43), levantou duas taças Cidade de Campos e seis campeonatos estaduais (antigo campeonato Fluminense).
O Estádio Ary de Oliveira e Souza teve o seu recorde de público em 13 de abril de 1986, quando 14.708 pagantes estiveram presentes para assistir ao jogo entre o Goytão e o grande time do Flamengo, com Zico e Cia, pelo campeonato carioca daquele mesmo ano.
O Goytacaz foi o primeiro clube campista a ter um jogador na seleção brasileira, Amaro da Silveira, titular absoluto no Sul Americano de 1923 e que deixaria um outro craque como seu herdeiro, Amarildo, “o possesso”, campeão do mundo em 1962 no Chile.
Os presidentes do Goytacaz foram: Luís Cabral, Vicente do Amparo Ferraiuolli, Osvaldo Cunha, Luís Sérgio Silva, Francisco Carvalhal, Augusto Faria, Salim Nagem, Ary de Oliveira e Souza, Dr. Jacintho Simões, Martinho Santafé , Domingos Guimarães, Abelardo Brito, Antônio Ribeiro Alvarenga Filho, Gumercindo Freitas, Sebastião Lírio, José Gabriel, Nilson Cardoso de Souza, Salvador Araújo Nunes, Edson Alvarenga, Antônio José Coutinho, Jacynto Simões , Ramiro Alves Pessanha Filho, Rubens Vieira Rios, Roberto Krunfly, Rafael Martins, Edecyr de Oliveira, Jorge Fernandes de Souza, Amaro Escovedo, Amaro Gimenes, Arizo Azevedo, Antônio Eraldo Lopes Riscado, Silvio Pinheiro, Dartagnan Fernandes, Valtair de Almeida e Zander Pereira.
Foram inúmeros grandes craques que marcaram a história do “clube mais querido da cidade”, destacando: Amaro da Silveira, David, Otto Nogueira, Titio, Malvino, Pires, Cobian, Gradim, Bibino, Rebolinho, Calombinho, César, Artur, Tarceli, Joceir, Manoel Lucas, Carlos Augusto, Nilton Barreto, Rodoval, Zé Carlos, Pipiu, Mauricinho, Alfeu, Ronaldo, Belliti, Dedé, Gérson, Paulo Marcos, Jarbas, Vaidir Negrinhão, Ricardo Sales, Ricardo Batata, Sabicinho, Pasta Ruça, Dudu, Menenel, Artuzinho, Jocimar, Caveira, Coca, Augusto, Piscina, Wilson Bispo, entre muitos outros, que defendeu com galhardia, o manto azul e branco.
O Goytacaz também teve fortes equipes de vôlei e de basquetebol, além de ser pioneiro no futebol feminino do Brasil, junto com o Americano, Rio Branco e Industrial.
O hino do Goytacaz foi composto por José Barbosa Guilherme no final da década de 60. Por ironia, seu autor não é torcedor do clube, e sim do Paraíso de Tocos e o Hino cantado pela massa azul e branco é assim: Sou Goytacaz / Sou Goytacaz até morrer / Nosso lema é vencer, vencer / Na vitória / Na derrota / Na alegria / No amargor / Sou Goytacaz sim senhor / Sou Goytacaz por amor / Nossa camisa / alvi-anil / Tem suas cores destacadas na bandeira do Brasil / Minha Campos te amo demais / Por isso sou torcedor do Goytacaz / E no gramado ninguém faz o que ele faz.
O Goytacaz conquistou diversos títulos entre eles 20 campeonatos campistas, 6 do antigo estado do Rio (a final de 55 foi contra o Barra Mansa no Caio Martins e o placar foi 5 x 1), campeão da 2º divisão 2 vezes, campeão da 3º uma vez e vice-campeão brasileiro de 1985. Vencendo também nos anos de 1964, 67 e 68, uma competição paralela, que visava decidir o representante do estado do Rio na Taça Brasil.
O Goytacaz disputou, no ano de 1992, seu último campeonato na elite do Estado e, neste campeonato, foi rebaixado para a segunda divisão.
Em 2006, o Goytacaz se licenciou da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e assim não disputou o campeonato da segunda divisão, promovido pela entidade, mas por intermédio de Eduardo Viana, o “Caixa D’Água”, ficou acertado que a FERJ promoveria um torneio seletivo que apontaria quatro equipes que garantiriam vaga na elite do futebol do Rio, no campeonato de 2007.
Após muitas e conturbadas reuniões para serem decididos os clubes participantes, o presidente da Federação passou mal, vindo em seguida a falecer. Com a morte de “Caixa D’Água”, o torneio teve seu início adiado por duas vezes e, em seu final, as quatro primeiras equipes colocadas, que teriam direito a disputar à primeira divisão, não tiveram as vagas garantidas, assim sendo, Bangu, Macaé Esporte, Olaria e Goytacaz, amargaram mais um ano na divisão de acesso, tendo como promessa a validade da seletiva ratificada para o certame de 2008, mas todos os quatro clubes que deveriam ter seu garantido lugar na elite estão disputando a segundona, na esperança de conquistarem novamente dentro de campo a vaga na primeira divisão.
A campanha do Goytacaz na seletiva fez seus apaixonados torcedores voltarem a freqüentar os estádios e acreditar mais uma vez na sua equipe, mostrando que não é à toa a alcunha de “O clube mais querido da cidade”. Foram 20 jogos, 9 vitórias, 8 empates, 3 derrotas, 24 gols pró, 14 gols contra, que levou o azulão a ficar na 4ª colocação do torneio.
O presidente do clube, Valtair de Almeida, após a campanha do Goytacaz na seletiva 2006, ocasião em que a torcida alvi-anil se fez presente em todos os vinte jogos do clube, decidiu aposentar a camisa 12 imortalizando-a como a do melhor jogador do time “a sua maravilhosa torcida”, mas tal ato não voltou a ser comentado pelo novo presidente do clube, Zander Pereira, o Zandinho, que venceu a eleição contra o candidato Rodolfo Laterça, após a desistência de Valtair de disputar o pleito .

ITATIAIA A.C. - O CLUBE DA SERRA


Oriundo de uma dissidência do Clube Esportivo Rio Branco, o Itatiaia foi fundado em 29 de janeiro de 1931, por Hélvio Bacelar, Ângelo de Queiroz, Herval Bacelar, Chaquib Bichara, Adir Nascife, Luís Reis Nunes e João Laurindo, suas cores eram vermelho, azul e branco.
O clube foi apelidado de “Clube da serra”, por causa de seu nome ser o mesmo de uma cidade da região serrana do Estado do Rio.
Teve sua sede no prédio da firma “Aos 12 Bilhares”, na Rua Direita, hoje Boulevard Francisco de Paula Carneiro e foi, também, um dos pioneiros do basquetebol na cidade, teve seu campo no início da Rua do Gás que, posteriormente, seria utilizado pelo Goytacaz.
Conquistou o Torneio Início em 1937, no campo do Industrial, na Lapa; e de suas fileiras saiu o jogador Cliveraldo que, por muito tempo foi titular do Clube de Regatas do Flamengo.
O clube encerrou suas atividades após uma derrota histórica, pelo elástico placar 17 x 0 para o Americano e ainda um incêndio em sua sede, durante a realização de um baile.

INDÚSTRIAL - O GÊNIO COMEÇOU NA LAPA


O Industrial foi uma das grandes forças do esporte campista, fundado em 25 de agosto de 1912, sendo um dos pioneiros do futebol da cidade. Formado por funcionários da antiga Fábrica de Tecidos Industrial Campista, fundada em 12 de março de 1885 pelo empresário portugês, Francisco Ferreira Saturnino Braga, situada no bairro da Lapa, teve seu campo no início da Rua do Gás, onde era o campo do Goytacaz, já que este se mudaria para a mesma rua, onde ergueu o Estádio Ary de Oliveira e Souza.
Devido ao grande número de funcionários da fábrica, o industrial nunca teve maiores dificuldades para armar suas equipes, possuiu também um time de futebol feminino, em 1931, uma grande equipe de vôlei e memoráveis times de basquete.
Assim como ocorria com os times oriundos das usinas de açúcar, o industrial também dependia muito do gosto do proprietário ou de gerentes para com os esportes, pois variava de tempos em tempos o apoio às equipes, podendo até mesmo acarretar a desativação dos times, quando o “homem forte” da empresa não era simpático aos esportes.
Foi nas divisões de base do Industrial, de onde o garoto Waldir Pereira saiu para o Clube Esportivo Rio Branco, iniciando a sua brilhante carreira que o faria ficar mundialmente conhecido como Didi, o gênio da “folha seca”.
Com o fim da fábrica, o time entrou em decadência, fechando logo em seguida suas portas, mas deixando sua história na memória de todos os que acompanharam a era de ouro do futebol de Campos e tem na lembrança a grande potência esportiva que foi o Industrial.

CAMPOS A.A. - O ROXINHO DA COROA


Fundado como Campos Athletic Association, em 26 de outubro de 1912, por Ângelo de Carvalho, em sua residência situada no bairro do Caju, junto com seu genro, Wanderley Barreto (este eleito o Presidente), Fernando Alberto Muri, Jorge Muniz Filho, Victor Arezo, Carivaldino Carvalho, Onizio Silva, Antonio Augusto de Carvalho, Francisco Augusto de Carvalho, Floriano Peixoto, Lincol Silva, Rotichild de Castro e Alvino Silva.
Após juntarem dinheiro, Wanderley ficou incumbido de viajar até ao Rio de Janeiro, onde foram comprados os materiais para o novo clube e retornando da Capital trouxe duas bolas, bomba de ar e um livrinho com as regras do jogo, já que a maioria não as conhecia.
O clube rompeu barreiras ao abrir suas portas a todos que quisessem participar da equipe, independentemente de sua cor e classe social e, dessa forma, junto com o Goytacaz, se diferenciavam dos demais clubes elitistas da época. As cores escolhidas para representar o clube, foi o preto, representando a raça negra e o roxo, simbolizando o mulato.
Utilizava o campo do Queimado para disputar as partidas, depois conseguiu alugar um terreno na Rua Rocha Leão, no bairro do Caju, onde o clube ficaria conhecido como “o Roxinho da Coroa”. Depois se mudou para um terreno situado a avenida Alberto Torres, que foi doado pela Câmara de Vereadores, onde foi erguido o Estádio Ângelo de Carvalho.
Durante muito tempo a sede do Campos A. A. ficaria sendo a casa de Ângelo de Carvalho, perto do campo da Rocha Leão, onde se fazia as reuniões e as festas de comemorações por mais uma vitória do time. O dono da casa, apesar de poucos recursos (era ferreiro e tinha uma pequena oficina ao lado de casa), gostava das freqüentes festas em sua residência. Certa vez o time do Mangueira, da segunda divisão do Rio, veio jogar aqui contra o Campos e houve uma grande festa na casa de Ângelo, onde até o quintal fora iluminado (coisa fora do costume da época). No dia seguinte da partida vencida pelo “roxinho”, nova festança.
Em meados da década de 70, o clube entra em decadência e, ainda, com os principais rivais (Americano e Goytacaz) disputando o campeonato nacional, o Campos foi assumido por um grupo de empresários, que tinha como objetivo elevar o clube a outro patamar no futebol do Estado e, para a promoção desta nova fase, que acabou não dando certo, veio a Campos a melhor equipe de futebol do Brasil daquele momento, a Sociedade Esportiva Palmeiras, (que era então o campeão paulista, bicampeão brasileiro e tinha seis jogadores da seleção brasileira que haviam disputado a Copa do Mundo na Alemanha em 1974) e também o Vasco da Gama, para estes jogos amistosos (disputados no campo do Goytacaz). O Campos contou com dois reforços especiais, que vieram a peso de ouro. Brito, titular da seleção brasileira que se sagrou tricampeã mundial no México em 70, e Afonsinho, polêmico jogador que revolucionou a relação jogador / dirigente.
Craques como Rebolo, Crisolino, Niquinho, Carivaldino, Goiaba, Salvador Roque, Pacaparra, Hélvio Pessanha , Aristides, Lodinho, Cinco, Bimba, Jorge “Chinês” , Ipojucan, Dedego, Ananias, Ovilson, Morgadinho, Arthur, vestiram gloriosamente a camisa do querido roxinho.
O roxinho conquistou o título de um quadrangular realizado com o intuito de ajudar a preparar o Americano para o Campeonato Brasileiro de 1975 e contou, ainda, com a participação do Rio Branco e do Madureira, do Rio de Janeiro. Além das conquistas de cinco certames campistas (1918, 1924, 1932, 1956, 1976).
Hoje, com o seu departamento de futebol profissional desativado, funciona apenas como clube social, onde acontecem animadas “peladas” nos finais de semana, partidas do time de veteranos, escolinha de futebol e refrescantes banhos de piscina. Mas quem viveu nos áureos tempos do esporte campista, não se esquecerá das glórias e lutas do querido e saudoso roxinho, que, mesmo não sendo um clube de grandes posses financeiras foi, sem dúvida, uma das forças do futebol campista, tendo conquistado os campeonatos de 1918, 1924, 1932 (este junto com o Goytacaz), 1956 e 1976.
Os principais presidentes foram Wanderley Barreto, Edmundo Chagas, Jorge Muniz, Luiz Carlos de Oliveira, Jorge da Paz Almeida (por cinco vezes), Jovino Gomes Lima, Dr. Milton Marques, Anísio Silva, Wander Lugan Malafaia, Rodoval Bastos Tavares, Dário Canela.

O FORTE E VALENTE CAMBAIBA


O Esporte Clube Cambaíba surgiu da união entre dois times de futebol formado por trabalhadores da Indústria Açucareira de Cambaíba, o Palmeiras e o Liberal Futebol Clube, em 27 de agosto de 1930.
Na época da fundação do clube, a usina, distante 12 km da zona urbana de Campos, pertencia ao então Deputado Federal Luís Guaraná, que a vendeu, depois, ao industrial Hely Ribeiro Gomes, ex-campeão de natação e um apaixonado pelos esportes em geral, que logo se entusiasmou com o clube e o apoiou irrestritamente.
Apesar de ter sido fundado em 1930, somente em 1966 o azul e branco se filiou à liga Campista de Desportos, passando a disputar os campeonatos por ela organizados. Naquela época o patrono do time fez o clube todo se remodelar, mandando ampliar as dimensões do antigo campo para a máxima permitida, oficialmente e construindo banheiros, vestiários, cabines para a imprensa, sem contar com o sempre perfeito estado do gramado.
O estádio, batizado com o seu nome foi inaugurado em 01 de maio de 1966, quando foi realizada uma grande festa que durou o dia inteiro e contou com milhares de participantes, começando pela manhã, com desfiles de cães, saltos de pára-quedas e uma missa campal. À tarde ocorreram duas partidas: os reservas do Cambaíba venceram por 5 x 0 o time do Estrela, de Ponta da Cruz e, depois, a equipe principal enfrentou e perdeu por 1 x 0 para o forte time do Goytacaz. Mas o clima era de festa e ao chegar à noite, houve grande festa com barraquinhas tendo Hely Ribeiro Gomes comprado dez mil refrigerantes, dois sacos de farinha, um caminhão de laranjas e mandou abater quatro bois para um animado churrasco que durou até o amanhecer.
O Esporte Clube Cambaíba sempre contou com boas equipes, sendo um adversário muito difícil de ser batido, contudo, infelizmente, ele não conseguiu levantar um título do campeonato campista, somente uma Taça Cidade de Campos, em 1975, e o Torneio de Verão, de São João da Barra, realizado na cidade vizinha, em janeiro de 1975, quando venceu o Vesúvio, na final, e ficou com o troféu Cel. Antônio Brandão Siqueira, homenagem ao então Comandante da Polícia Militar do Estado do Rio.
Destacaram-se em suas equipes grandes craques como: Caranguejo, Manoel Benteli, Jair, Paizinho, Joélio, Tomé, Caruso, Tuquinha, Bauí, Lolosa, Aílton, Luís, Vavá, Célio, Adalberto, Pedro Rodrigues, Perácio, Milton, Jorge Ramos, Fefeu, Batista, Nel, entre muitos outros.
O clube teve como presidente os senhores: Benedito Bernardo, José Pereira, Nilton Guaraná, Áureo Machado de Brito, Clemente Alves dos Santos, Rodolfo Grain (61 a 68), Artur Ferreira Machado, Joubert de Andrade Maia, José Geraldo Barbosa Machado, José Lysandro de Albernaz Gomes.
Com o industrial Hely Ribeiro Gomes elegendo-se Deputado Federal, pelo antigo Estado do Rio e posteriormente assumindo o cargo de Vice-Governador, deixou o clube sob o comando de seu filho José Lysandro de Albernaz Gomes, este que foi o grande presidente da história do Cambaíba, contudo faleceu ainda jovem e o clube entrou em decadência, até encerrar as suas atividades esportivas.
Nos dias de hoje, assim, como todos os outros clubes oriundos de usinas, não existem mais no âmbito profissional e só habitam a memória de quem viveu a época áurea do futebol campista.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

AMERICANO - O GLORIOSO DO PARQUE


No mês de abril de 1914, esteve em Campos para jogar contra um combinado local, o time do América Futebol Clube, uma das melhores equipes do Brasil na época e que era o atual campeão carioca.
O jogo deveria ser contra uma equipe formada pelos melhores jogadores da cidade, mas o presidente da Liga de futebol, Múcio da Paixão, resolveu que o time teria dois jogadores de cada time, o que não foi aceito por muitos dos atletas que acabaram formando uma outra equipe para, também, enfrentar os cariocas, contrariando a vontade do dirigente maior da liga Campista em sua posição.
O combinado dos melhores jogadores de Campos, liderados por Luiz Pamplona, do Rio Branco, Nelson Póvoa, do Aliança; e Sinhô Campos, do Luso-Brasileiro, se reuniram no caldo do Zezé Póvoa, no centro da cidade, para escalar o selecionado que jogaria contra o time rubro do Rio de Janeiro, fato que foi apresentado e não aceito pela liga, que ameaçou puni-los, caso a partida fosse realizada, mas eles não se intimidaram e jogaram mesmo assim, tendo perdido a partida por 3 x 1, bem menos do que o time posto em campo por Múcio, que saiu derrotado por 6 x 0.
Surgiu daí a idéia de se formar um novo clube de futebol em nossa cidade. Em uma palestra no hotel Internacional, proferida após a partida pelo jogador Belfort Duarte , que quando soube do movimento logo sugeriu o nome de América para o novo clube, que foi de muito agrado. Mas por intervenção dos irmãos Bertoni (uruguaios, que jogavam no time do Rio), e que ficaram em Campos por uns dias como convidados dos irmãos Pamplona, o clube se chamaria Americano Futebol Clube, nome de um antigo time de São Paulo, onde os uruguaios haviam jogado e que tinha fechado as portas sem conhecer o desgosto de uma única derrota sequer. A idéia logo conquistou os novos adeptos e esse foi o nome de batismo do novo clube.
A data de fundação do clube foi 03 de maio de 1914 e as cores adotadas foram o preto e o branco em homenagem ao Clube de Regatas Saldanha da Gama, no qual quase todos os fundadores eram sócios. Na reunião de fundação do Americano estiveram presentes: Nelson Póvoa, Antônio Campos, Antônio Campos Filho, popularmente conhecido como ‘Sinhô Campos’, Luiz Pamplona, Chiquito Almeida, Begnardi, Daniel Samy, Alfredo Rosas, Heitor Manhães, Diógenes Campos, Jaime Vieira, Fernando Cretela, René Almeida e Osvaldo Santos, que formaram a primeira diretoria do clube.
O Rio Branco, que teve a perda de oito jogadores para o Americano, foi o escolhido para ser o primeiro adversário oficial, que ocorreu em 12 de maio de 1914, com vitória do alvinegro por 4 x 1 . O Americano nasceu vencedor.
Depois de muita luta em busca de um campo, o Americano conseguiu a sua primeira praça de esportes, na Rua Rocha Leão, em um terreno que pertencia a um libanês, que ali guardava carroças e animais. Com pouco dinheiro para pagar pelo trabalho de construção do campo, os próprios jogadores faziam grande parte da obra, comprar madeira para o palanque e arame para cercar o campo, também era difícil, assim sendo, depois de uma festa resolveram pegar madeira emprestada em uma construção na praça Barão do Rio Branco (praça do Liceu) e nunca mais devolveram.
Tudo pronto e agora tinha que tratar da inauguração do campo, que foi realizada em 19 de julho de 1914, contra o América Futebol Clube, do Rio de Janeiro e a partida terminou com o placar de 5 x 1 para os visitantes.
O Americano precisava se filiar à Liga Campista de Futebol (LCF) para poder participar dos campeonatos oficiais, uma tarefa ingrata para um clube que nasceu brigando com os poderes, que funcionava na Rua 13 de maio, no prédio da Lira Guarani.
O novo clube fez a sua reivindicação e a reunião para ter a sua filiação aceita, ou não, foi feita de portas fechadas. Nataniel Galvão e Fernando Cretela, segundo o jornalista Nilo Terra, não agüentando a expectativa, resolveram arrombar a porta e entrando no peito, acabando por participar da reunião, que no final aprovou a entrada do Americano na Liga, mas o Alvinegro queria mais, muito mais, e quando se mudou para a Rua São Bento (atual Barão de Miracema), em 1917, onde o então presidente Luiz Cavalcante fez construir uma confortável arquibancada, banheiros e um túnel que ligava os vestiários ao campo de jogo, o Americano se afirmaria como um dos grandes clubes da cidade e do Estado.
Da Rua São Bento, palco de memoráveis jogos e muitos campeonatos conquistados, o glorioso se mudou definitivamente para o Parque Tamandaré, em área comprada do empresário Julião Nogueira, da Usina do Queimado, dona do terreno onde edificou seu estádio, batizado com o nome do ex-presidente Godofredo Cruz, sendo que este fato ocorreu na gestão de Rubens Moll, e foi daí que o Americano ganhou um carinhoso apelido e ficou conhecido como “o Glorioso do Parque”.
Os presidentes da história do clube foram: Carlos Barroso, Nataniel Galvão Batista, Luiz Cavalcanti, Godofredo Cruz, Oswaldo Povoa, Jorge Pereira Pinto, Celso Moreira, Paulo Alves, Ilydio Rocha, Dr. Artur Cardoso Filho, Antônio Faria, Dr. José Carlos Martins, Dirlaines Mocaiber, Dr. Dioscoro Maia Vilela, Dr. Barcelos Martins, Dr. Paulo de Oliveira Lima, Dr. Lourival Martins Beda, Dr. Edson Coelho dos Santos, Rubens Moll, Antoninho Manhães, Nelson Martins, Amílcar Monteiro, José Costa, Antônio Povoa, Luiz César Gama.
O Estádio Godofredo Cruz foi oficialmente inaugurado em 24 de janeiro de 1954 com uma rodada dupla, quando o Americano jogou contra o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, uma das melhores equipes do continente americano na época e perdeu por 3 x 2 , na outra partida o Goytacaz foi derrotado pelo Bangu, pelo placar de 4 x 1 .
Danilo Knifis, presidente da Liga Campista e secretário do então prefeito Rockfeller de Lima, recebendo apoio do presidente da Federação Fluminense de Futebol, o senhor Eduardo Augusto Vianna da Silva, “o Caixa D'água”, e do então presidente do Americano Oswalnir Barcelos foi o grande responsável pela inclusão do Americano no campeonato nacional, ao interceder junto ao presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF) Almirante Heleno Nunes, que comandava os esportes no Brasil durante os anos de chumbo da ditadura militar. Este fez valer o famoso lema do partido do governo, a Aliança Renovadora Nacional – ARENA, “Aonde a ARENA vai mal um time no nacional, aonde a ARENA vai bem mais um time também”. E assim a cidade de Campos teria um representante no campeonato e a vez do Goytacaz chegaria no ano seguinte, eis que esse artifício servia para consolidar o regime militar, através do esporte mais popular do Brasil e, com isso, o campeonato nacional de futebol foi inchando de ano a ano até chegar ao estapafúrdio número de 94 clubes participantes no campeonato de 1979, vencido, de forma invicta pelo Internacional de Porto Alegre.
Após algumas reformas no estádio Godofredo Cruz, visando a disputa do campeonato nacional, o Americano reinaugurou seu estádio no dia 13 de julho de 1975, recebendo seleção brasileira de juniores que estava em fase de preparação para a disputa do Torneio Sul Americano da categoria, o jogo terminou empatado em 1 x 1.
Inúmeros craques vestiram a camisa do glorioso, destacando-se: Mário Seixas, Soda, Valdir Lima, Cri-Cri, Poli, Pinheiro, Fubá, Maneco, Hélio Batista, Chico leão, Vermelho, Lima, China, Evaldo, Sérgio Lima, Vicente, Cleveland, Lula, Nahime, Degas, Pedro Marzullo, Zurlinden, Antoninho, Marola, Adalberto, Frajola, Votinha, Fidelinho, Jota Alves, Paolo Roberto, Dodge, Adalberto, galego, Nélson Póvoa, Zé Henrique, Índio, entre muitos outros que desfilaram pelo estádio Godofredo Cruz.
O clube conquistou 26 títulos campistas, 6 campeonatos do antigo Estado do Rio, o campeonato brasileiro de Seleções, em 1987, representando o Estado do Rio de Janeiro, o campeonato nacional da terceira divisão também em 1987, e as Taças Guanabara e Rio em 2002.
O hino do americano, composto pelo radialista Pereira Júnior e cantado em verso e prosa por sua animada torcida é esse: “Americano / Americano / eu me orgulho em ser seu torcedor / a camisa alvinegra / glorifica no gramado / agiganta o jogador / de vitória em vitória / Americano escreve a sua história / onde perfilam / a fibra na disputa / a honra no vencer / em cada luta / a multidão a torcer / por isso ele cresce / a cada ano / querido e glorioso / meu Americano / querido e glorioso / meu Americano”.

SPORT CLUB ALIANÇA - O SHOW DO GRANDE TRI CAMPEÃO.


Na Usina do Queimado, que hoje integra a área urbana da cidade, mas na época era considerada parte rural de Campos e que se distância apenas 3 km do centro, um grupo de funcionários que sempre se reuniam nas horas de folga para jogarem futebol, nasceu à idéia de se formar um clube para se filiar à Liga Campista de Desportos e que se fizesse presente nos campeonatos promovidos por essa entidade.
Liderados por Laudelino Batista e Antônio da Silva Sá, que respectivamente foram o primeiro presidente e vice do clube, procuraram os irmãos Julião e Inácio Nogueira, proprietários da usina e grandes admiradores dos esportes em geral, que gostaram muito da idéia e não só autorizaram a criação do time, como também colaboraram em muito para o seu desenvolvimento.
Em reunião ocorrida no dia 24 de abril de 1932, data oficial de fundação do clube, no pátio da usina e secretariada pelo jornalista e maestro Prisco de Almeida, ficou definido que o clube se chamaria Sport Club Aliança (apesar do mesmo nome, não pode ser confundido com o Aliança Futebol Clube, o segundo clube fundado na cidade de Campos, em 1912) e as cores foram inspiradas no ambiente que os cercavam: o verde dos canaviais e o branco do açúcar.
A primeira partida do Sport Club Aliança foi disputada no dia 24 de abril de 1932 (mesmo dia da fundação) contra o Industrial, no campo do Goytacaz, na Lapa, e terminou em um empate de 1 x 1.
Contando com um bom complexo esportivo, composto por dois campos de futebol, quadras de vôlei, basquete e tênis, o Aliança, alcançou o seu apogeu com apenas cinco anos de existência, quando conquistou um tricampeonato campista nos anos de 1937/38/39 e, logo depois, também de forma meteórica, desapareceu, não chegando a era do futebol profissional de Campos.
Apesar de seus poucos anos de vida, o Aliança foi uma das forças futebolísticas da cidade em sua época, sendo até difícil de imaginar como uma equipe vitoriosa e com o suporte de uma empresa como a Usina do Queimado, na fase áurea da cana de açúcar, tenha desaparecido tão precocemente.
Vários jogadores de destaque tiveram passagem pelo clube, nomes como: Cláudio, Carbono, Lessa, Vicente, Rebite, Irineu e Evaldo Freitas.
Foi também de seus quadros, que saiu para o Vasco da Gama, o grande jogador Lelé, titular absoluto do time carioca que, na década de 40, conquistou vários títulos, entre eles o campeonato sul americano de 1946 e entrou para a história conhecido como o “Expresso da Vitória”.
Hoje o local já não apresenta mais as paisagens dos vastos canaviais de outrora, que perderam espaço para a construção de novos bairros, em nome do progresso, do desenvolvimento e da ganância dos homens. Mas o prédio da velha usina, inaugurada em 6 de agosto de 1880, ainda permanece de pé, imponente, apesar de há muito desativado, tendo seu espaço físico usado, eventualmente, como casa de shows e boate, mas ainda marca na memória de muitos, que viveram os anos dourados do futebol de Campos, uma época que não volta mais.